São Paulo – Empresas brasileiras que participaram de missão empresarial na Jordânia no começo do mês encontraram um mercado aberto aos produtos nacionais e que pode ser um hub para outros países da região do Levante, como Iraque, Síria, Líbano e Palestina.
A programação entre os dias 1 e 3 teve visitas técnicas, encontros empresariais e o Seminário de Negócios Brasil-Jordânia. Nele, o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, William Adib Dib Junior, e o diretor do escritório da Câmara Árabe em Dubai, Rafael Solimeo, apresentaram detalhes das trocas comerciais do Brasil com a Jordânia, assim como se reuniram com instituições locais, como os ministérios dos Investimentos e Agricultura da Jordânia, e com o chairman da Câmara de Comércio da Jordânia, Khalil Mohammad ElHaj Tawfiq. As reuniões e visitas foram organizadas pelas Câmaras de Comércio da Jordânia e Árabe Brasileira, com apoio das embaixadas da Jordânia em Brasília e do Brasil em Amã.
Participaram dos encontros as empresas de proteína animal JBS, BRF e Minerva, de máquinas, Axxtech, de móveis e design de interiores, Breton, de produção audiovisual, Just One Media, a trading de alimentos DeBrasil e a empresa de biotecnologia Roumai. Também integrou a missão a InvestSP, órgão do governo de São Paulo para promoção de investimentos no estado.
De acordo com Solimeo, esta missão deverá resultar em negócios ainda neste ano, sobretudo a partir do segundo semestre. Segundo ele, é “quase unânime”, que as empresas brasileiras deverão retornar ao país já no segundo semestre para continuar as negociações. Houve interesse dos empresários locais em fazer parceria com algumas das empresas brasileiras e até ter franquias de companhias brasileiras.
As oportunidades, disse Solimeo, extrapolam o mercado jordaniano, pois pelo país circulam companhias e consumidores dos outros do país do Levante. “Vi empresários do Iraque na rodada de negócios. A Síria agora está em uma fase aberta a negócios, o Líbano também. Essa presença de empresas desses países nos abre os olhos para ter a Jordânia como um hub para a região do levante”, afirmou.
O presidente da Câmara Árabe afirmou que os encontros foram “muito produtivos”. “Vimos as empresas brasileiras se expondo de uma maneira muito clara, com as grandes do setor já sedimentadas [no país] mostrando interesse em crescer e as novatas [naquele mercado] se apresentando. Estamos contentes com o resultado”, afirmou Dib Junior.
Oportunidades a empresas de diversos setores
Já o chairman da câmara jordaniana citou que o comércio bilateral entre Brasil e Jordânia tem potencial para expansão “perante este tipo de visitas e fórum e aproximação entre os empresários”, disse Tawfiq.
Embaixador da Jordânia em Brasília, Maen Masadeh afirmou à ANBA que a missão comercial ocorreu em meio a uma contínua expansão e diversificação das trocas comerciais e exploração de mais “avenidas de cooperação” entre os dois países.
“Embora tenha ocorrido por um período de poucos dias, esta visita mostrou as tremendas chances para o comércio bilateral, incluindo o aumento no volume de negócios, e demonstrou oportunidades em fertilizantes, ingredientes mediterrâneos, remédios, equipamentos de saúde, têxteis, carne bovina, carne de frango, café, minerais, cosméticos, turismo e muito mais. A Jordânia também pode servir como um hub de negócios para o comércio do Brasil com países vizinhos, especialmente Síria e Iraque”, disse.
O embaixador do Brasil em Amã, Márcio Fagundes do Nascimento, afirmou à ANBA que os jordanianos estão empenhados em executar o plano “Visão de modernização econômica”, em busca de crescimento sustentável e inclusivo em setores da economia que seguem “totalmente” ao encontro das capacidades do empresariado brasileiro.
“Estou confiante de que a missão marca apenas o início de um novo e significativo engajamento dos empresários brasileiros com seus colegas jordanianos, cujas parcerias, que já começaram a ser estabelecidas, ainda renderão muitos frutos para ambos os países”, afirmou.
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